sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34

Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.» Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas Entrevistas; parecer de A. Durant, 1656 (Seuil 1960, p. 320)
«A que podemos comparar o Reino de Deus?»Não tenhais a paixão de parecerdes superiores, nem mestres. Não estou de acordo com uma pessoa que me dizia, há alguns dias, que, para bem conduzir e manter a autoridade, era preciso fazer ver que se era o superior. Ó meu Deus! Nosso Senhor Jesus Cristo não falou nada assim; ele ensinou-nos o contrário, com a palavra e com o exemplo, dizendo-nos que Ele próprio veio, não para ser servido, mas para servir os outros, e que aquele que quiser ser o primeiro deve ser o escravo de todos (Mc 10, 44-45) [...].


Por isso, entregai-vos a Deus, a fim de falardes no espírito humilde de Jesus Cristo, confessando que a vossa doutrina não é vossa, nem de vós, mas do Evangelho. Imitai sobretudo a simplicidade das palavras e das comparações que Nosso Senhor fazia na Sagrada Escritura, falando ao povo. Que maravilhas não podia Ele ensinar ao povo! Que segredos não teria Ele sido capaz de desvendar sobre a Divindade e as Suas admiráveis perfeições, Ele que era a Sabedoria eterna de Seu Pai! No entanto, vede como fala inteligivelmente, e como se serve de comparações familiares, de um trabalhador, de um vinhateiro, de um campo, de uma vinha, de um grão de mostarda. Aí está como é preciso que vós faleis, se quereis fazer-vos entender pelo povo, a quem anunciais a palavra de Deus.

Outra coisa à qual deveis dar uma atenção muito particular é terdes uma grande dependência em relação à conduta do Filho de Deus; quero dizer que, quando for preciso agir, façais esta reflexão: «Isto está de acordo com as máximas do Filho de Deus?» Se achardes que está, dizei: «No momento certo, façamos»; se não, dizei: «Não o farei nunca». Mais, quando for o caso de fazer qualquer boa obra, dizei ao Filho de Deus: «Senhor, se estivésseis no meu lugar, como faríeis Vós nesta ocasião? Como instruiríeis Vós o povo? Como consolaríeis Vós este doente do espírito ou do corpo?» [...]

Procuremos fazer com que Jesus Cristo reine em nós.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Confissão: Sacramento de Cura

Está no Catecismo da Igreja Católica (n
º 1420ss) que a Confissão é um Sacramento de Cura (o outro é a Unção dos Enfermos). São Jerônimo chega a dizer que o penitente que esconde de Deus os seus pecados, recusando-se à confissão sacramental, é como o doente que esconde do médico a sua enfermidade. Pergunta o santo: Como poderá ter saúde?
Podemos procurar as bênçãos de cura, mas, vale a pena lembrar que a maior cura é a libertação do pecado, e que, tendo aparentemente toda a saúde, se não estamos na graça de Deus, de nada nossa vida adianta. A maior graça que alguém pode receber na sua vida á a graça de conversão, ou seja, ver se livre deste antigo patrão: o pecado.
O milagre da Confissão é justamente este: recebemos o perdão dos nossos pecados e também a força para não mais neles cairmos. É uma graça santificante que recebemos! Santo Agostinho diz que “nossas boas obras começam, quando denunciamos nossas más obras”.
Falar de confissão é falar de saúde espiritual. E até mesmo psicológica e física. Tenho percebido que muitas doenças resultam de pecados não confessados ou de confissões mal feitas. Quem vive no pecado é como uma pessoa que tem uma doença que degenera o corpo. O pecado vai “comendo”, “corroendo” a alma. Eis a razão por que muitas pessoas não passam de mortos-vivos! Quando confessamos, atualizamos o efeito regenerador do sacrifício de Cristo na cruz.
Quando tratamos com desdém a confissão, ficamos anêmicos espiritualmente, e nossa consciência fica entorpecida. Tudo passa a ser normal. Diz a Igreja: “a confissão regular de nossos pecados nas ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendência, a ver-nos curados por Cristo e a progredir na vida no Espírito” (Catecismo, nº 1458).
Pouca gente sabe que a raiz da palavra santo é a mesa da palavra sadio. Assim, o que é santo? É justamente aquele que não conhece o pecado. E aquele que não conhece pecado é aquele que tem saúde!
À luz da parábola do filho pródigo (ou do Pai das Misericórdia) (Lc 15), reze conosco: Deus de Amor, Pai querido, dá-me um beijo! Um beijo que sele o perdão dos meus pecados e fortaleça os meus passos! Preciso da sandália nova dos novos rumos. Do anel novo da nova aliança! Da túnica nova, já que, as vestes do meu batismo, com meus pecados eu rasguei... Meu Deus tira de mim todo medo, trauma e auto-suficiência, para que, no sacramento da reconciliação, sempre mais te procure e experimente. Mais contigo caminhe e ao mundo te anuncie. Amém.